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Meu primeiro post no blog

Era uma vez …

Era uma vez um jovem que adorava aviões e tudo o que se relacionava com o mundo aeronáutico. Ninguém estranhou que, quando atingiu a idade e as habilitações académicas necessárias, esse jovem se tenha voluntariado para ingressar na Força Aérea Portuguesa.

Cerca de 39 anos depois, com o posto de Coronel, ainda jovem no espírito mas carregado de inúmeras experiências impares, o veterano deu lugar aos mais novos e retirou-se para escrever as histórias da sua veteranice.

Chegou a minha altura em que “a pena é mais poderosa do que a espada”.

Até muito breve … obrigado

Chegou a altura em que a pena é mais poderosa do que a espada

Uma tertúlia poética, numa fábrica de pólvora

A Fábrica da Pólvora de Vale de Milhaços (uma componente do acervo do Ecomuseu Municipal do Seixal) recebeu no dia 26 de outubro a 5ª Tertúlia de Poesia, cumprindo desta forma uma tradição semestral que já dura há mais de dois anos.

Desta feita, os 13,5 hectares da antiga fábrica receberam oito (8) poetas convidados, tendo cada um declamado dois dos seus poemas em locais distintos do recinto. Numa constante caminhada por entre edifícios e matagal, os participantes não só assistiram à declamação dos poemas, como puderam apreciar a biodiversidade preservada naquela área, a qual tem cerca de 585 espécies animais e vegetais catalogadas, e ainda receberam uma explicação detalhada da forma como a pólvora foi produzida naquelas instalações desde o Século XVIII. Os visitantes usufruíram dos profundos conhecimentos sobre aquela infraestrutura industrial que a doutora Graça Filipe (responsável pelo local) foi prestando ao longo de todo o percurso.

Receberam-se origamis com poemas, ouviram-se poemas teatralmente interpretados, poemas declamados, poemas cantados e até dançados por parte dos seus criadores.

No final, houve um período de “microfone aberto”, onde qualquer pessoa pode apresentar um poema ao resto da audiência, e depois foi visitada uma exposição fotográfica intitulada “Ilha da Biodiversidade” (de Mauro – o organizador do evento e ele próprio um poeta) e assistiu-se a um momento de música ao vivo.

Ficou a tristeza (inspiradora de poemas) de ver a degradação a que chegaram os edifícios da Fábrica da Pólvora de Vale de Milhaços. Algo que alguns (poucos) procuram desesperadamente fazer sair do pantanal do desapreço. Um local com alguma maquinaria museológica em perfeito estado de conservação, que até tem uma gigantesca máquina a vapor a qual, embora antiquíssima, está bem preservada e certificada para funcionar.

Parabéns à organização, parabéns à estrutura zeladora do património do Ecomuseu do Seixal, …, em maio de 2025 haverá mais poemas … assim houvesse mais capacidade de investimento na preservação da Fábrica da Pólvora de Vale de Milhaços.

Destaco este poema de Cláudia Carola, que, no contexto internacional da atualidade, me tocou particularmente.

Eu Portugal
Estou à beira mar plantado 

País de grandes tradições

Tenho na voz o triste fado

Uma história de milhões

Descobri o mundo inteiro

Em caravelas pequenas

Cheguei sempre em primeiro
Sem GPS nem antenas
Sou pequeno na geografia

Sou enorme na antiguidade

Descobri a cartografia
Dividi o mundo em metade
De escritores bons a poetas
Tenho tudo nas minhas gentes
Aqui não se fazem jamais dietas

À Volta da mesa sempre presentes
Tenho estórias para partilhar

Em bailes dos Santos populares

Venham lá todos comigo dançar
Nestes bailaricos peculiares
Por vezes mal compreendo

Fico no meu canto bem quieto

Às vezes também sou esquecido

Partilho a dor no meu soneto
Nem tudo é perfeito bem sei

Há muito trabalho a ser feito

Mas sempre o melhor eu dei

Estou longe de ser perfeito
Ah gentes desta minha terra

Agradecei este vosso cantinho

Onde há sol e não há guerra
Onde há bom pão e bom vinho.

Voando no céu do reino do Monomotapa

Acabei de ler o livro “Voando no céu do reino do Monomotapa” (Moçambique), onde o autor (General Vizela Cardoso) reporta a forma como a Força Aérea Portuguesa conduziu a campanha aérea na província moçambicana de Tete, durante a guerra do Ultramar, entre os anos de 1972 e 1974.

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O livro é um interessante contributo para a história daquele conflito, com muitos detalhes técnicos sobre a forma como a situação evoluiu, e o modo como a Força Aérea respondeu às suas obrigações institucionais. Nota-se o cuidado do autor em apresentar Lições Aprendidas, de modo a que possam ajudar as futuras gerações de aviadores militares a cumprir as novas missões com sucesso.

O livro está bem escrito, e é generoso em fotografias da época que provam os factos relatados. Porém, devido à tecnicidade dos temas abordados, não é uma leitura fácil para qualquer pessoa menos informada sobre as questões aeronáuticas, e algum jargão militar. É uma leitura interessante para militares, aviadores em geral e historiadores/investigadores da guerra no Ultramar Português.

Associação da Força Aérea “põem em marcha para descolar”

As obras na Associação da Força Aérea Portuguesa (AFAP) continuam a bom ritmo. Entretanto, vai ser adquirido novo mobiliário para as áreas de refeições, e num futuro próximo estão previstas mais obras que irão beneficiar muito o bem-estar dos nossos associados.

Foi também relançado o programa de visitas e atividades culturais, onde os sócios poderão usufruir de oportunidades únicas com cariz aeronáutico. Assim, até ao final do ano (que se aproxima vertiginosamente), iremos fazer visitas a Unidades e serviços da Força Aérea na área da grande região de Lisboa; colóquios; tertúlias; encontros e festividades com o intuito de unir todos aqueles que serviram, servem e/ou gostariam de ter servido Portugal nas “asas da Força Aérea”.

Junte-se a nós.

Ex Mero Motu (à mínima solicitação)

Os livros que vou lendo (#1)

Acabei de ler um “desafio literário” do meu clube de leitura (autor espanhol) com o título: “O fogo invisível”, de Javier Sierra. A história gira à volta de uma busca pelo Santo Graal, e dá ares de ser mais um escritor com forte influência de Dan Brown. Porém, tem uma particularidade que me interessou – ele juntou factos documentados para escrever uma ficção. Ou seja, a fantasia tem um espaço modesto nas 422 páginas, o que nos deixa a pensar no assunto do livro. Classifico-o com mais uma história educativa, porque me obrigou a ir à net confirmar certas e determinadas passagens. Gostei da organização do texto, que facilita muito a leitura, e nota-se a preocupação de colocar os termos mais rebuscados dentro de um contexto, para evitar idas ao dicionário.

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Porque aprendi qualquer coisa neste livro, vale um 4 (de 0 a 5)

A Associação da Força Aérea prepara-se para a rentrée de setembro.

Aproveitando o tradicional fecho sazonal de agosto das instalações na Avenida Gago Coutinho – em Lisboa (também conhecida por avenida do Aeroporto), a AFAP iniciou uma série intervenções no edifício, a fim de o preparar para a rentrée de setembro.

1 – Os portões de acesso ao edifício foram intervencionados. Já não são fechados com simples cadeados, mas sim com fechaduras incorporadas. Foram, entretanto, pintados de cinzento, de modo a incorporarem-se harmoniosamente com o muro frontispício da nossa Sede. De referir que os pilares do muro que suportam os protões também foram intervencionados, uma vez que davam mostras de estarem quebrados a meia altura do chão;
2 – A antiga sala de refeições reservada (por muitos denominada de sala VIP) vai voltar a ser utilizada para servir refeições. Desta forma, as paredes, teto e aduelas das portas foram intervencionadas e pintadas, ficando com muito bom aspeto. Recebeu também um novo sistema de iluminação, mais moderno e “amigo do ambiente”;
3 – Os tacos do soalho da sala principal de restauração denunciaram degradação, pelo que todo o soalho foi afagado e as (várias) zonas com tacos estragados foram restauradas.
4 – O Jardim passou a receber manutenção regular de nível profissional, a fim de vir a receber eventos no futuro próximo;

5 – Foi também estabelecido um novo acordo com o provedor de serviço de internet, TV e telefone (NOS), e a AFAP passou a ter fibra ótica instalada no edifício, o que irá beneficiar não só a qualidade, bem como a velocidade no acesso à internet. As televisões disponíveis na AFAP terão acesso a uma maior quantidade de canais (cabo).

A Liga dos Combatentes não é só para os que estiveram no Ultramar!

No sábado, dia 03 de agosto, fui apoiar o pessoal do Núcleo do Seixal da Liga dos Combatentes que guarneciam o stand da Liga nas Festas da Aldeia de Paio Pires (Concelho do Seixal).

Durante a noite, um cidadão (cuja idade deveria rondar o início dos 60 anos) veio ter comigo e disse que tinha sido militar e gostava da ideia de existir uma Liga dos Combatentes. Porém, entendia que era “demasiado novo” para ser da Liga, porque já não tinha ido à Guerra do Ultramar. Depois de trocarmos impressões, verifiquei que aquele entendimento (errôneo) era mais generalizado do que eu imaginava, porque outros amigos desse cidadão  também (segundo ele) pensavam assim.

Para que se saiba, a Liga dos Combatentes não foi feita para os combatentes do Ultramar, nem é um clube exclusivo para esse nobre grupo de cidadãos, que tudo deram pela pátria. Deram a sua juventude; deram oportunidades de trabalho perdidas; deram relacionamentos matrimoniais adiados, perdidos ou trocados; deram a sua saúde e sanidade regressando estropiados; e muitos milhares deles deram a própria vida. A maioria dos homens portugueses com mais de 70 anos passaram por essa realidade, e merecem o reconhecimento da sociedade por isso. Porém, a Liga dos Combatentes não é um exclusivo deles. Aliás, mal estaria a Liga se assim fosse, porque extinguir-se-ia assim que falecesse o ultimo combatente da Guerra do Ultramar. Nem os combatentes do Ultramar devem de olhar de soslaio as novas gerações de combatentes, porque a união faz a força e as novas gerações de combatentes podem “puxar” pelos direitos dos mais velhos.

A Liga dos Combatentes é centenária, e foi constituída para zelar pelos combatentes portugueses que estiveram na Primeira Guerra Mundial, e está aberta aos seguintes sócios efetivos:

– Os cidadãos que prestem ou tenham prestado serviço nas Forças Armadas Portuguesas e tenham participado em missões de defesa, de segurança, de soberania, humanitárias e de paz ou de cooperação;
– Os elementos das Forças de Segurança que participem ou tenham participado em missões equiparadas às condições referidas na alínea anterior;
– Os cidadãos (Civis) que prestem ou tenham prestado serviço, ainda que integrados em organizações civis, em missões de defesa, de segurança, de soberania, humanitárias e de paz ou de cooperação no interesse de Portugal;
Todos os cidadãos que, em território nacional, tenham participado em missões de segurança no decorrer de situações de estado de sítio ou de emergência;
– Os estrangeiros nas condições referidas nas alíneas anteriores.

E ainda há toda uma série de outro tipo de sócios singulares ou coletivos (extraordinários, honorários, beneméritos e apoiantes) que podem – e devem – juntar-se à causa.

Novo projeto – memórias de missão no Afeganistão

Ora então, vamos lá revisitar o diário de missão da ONU para o Afeganistão, e começar a escrever mais umas memórias de missão. Acho que vai começar desta forma:

“Existe uma lenda nas montanhas do Hindukush que reza assim:
– “Quando Alá fez o Mundo, sobraram-lhe um monte de pedaços e restos da criação que não encaixavam em mais lado nenhum. O Divino reuniu todos esses fragmentos e atirou-os para a Terra, criando o Afeganistão.”
Esta lenda descreve bem a paisagem afegã; uma mistura de regiões austeras, plenas de altas montanhas nevadas, parcialmente cobertas de vegetação de pequeno porte e ocasionais zonas de florestas. Escarpas com vales profundos, com os rios do degelo correm no fundo em direção a extensas áreas de ardentes desertos polvilhados de luxuriantes oásis.
Contudo, não se deve pensar que a aridez do cenário significa ausência de presença humana. Também existe um proverbio afegão que dita:
– “Por mais alta que seja a montanha, irás sempre encontrar uma tribo afegã!”

Se faltam militares nas fileiras, o produto operacional será necessariamente mais baixo.

A pergunta que se coloca é: Qual é o produto operacional que as nossas Forças Armadas contribuem para o quotidiano da nossa população?

Sabendo que “há coisas que, por estarem longe da vista, estão longe do coração”, também é verdade que maior parte das coisas que permitem que o coração bata, estão longe da vista. A generalidade das pessoas que têm um enfarte do miocárdio fatal, não se aperceberam que iriam ter esse desfecho, com a devida antecedência. Depois, é tarde demais!

A Defesa não é um gasto, mas sim um investimento.

Ministro em “estado de graça”

No dia 7 de abril de 2024, o Ministro da Defesa Nacional participou pela primeira vez num evento público de cariz militar. Tratou-se do Dia do Combatente, celebrado no Mosteiro da Batalha.
As palavras de Nuno Melo não vieram trazer nada de esclarecedor, porque (como o próprio fez questão de referir) o programa do governo ainda não está fechado, pelo que não há muito a dizer.
Contudo, o Ministro conseguiu algo que eu ainda não tinha visto antes – arrancou uma salva de aplausos e palavras de apoio do público que assistia ao evento. Fê-lo porque falou ao coração dos antigos e atuais combatentes (e respetivas famílias) presentes no local.
Nem o Presidente da República (que também discursou) igualou a reação do público que Nuno Melo conseguiu.


Cuidado senhor Ministro … esta gente está sequiosa de atenção, mas não gosta nada de ficar desiludida se as palavras não passarem a ações.

Aliança Luso-Britânica nos céus de Lisboa, mas … e depois?

No dia 24 de janeiro de 2024, decorreu na Sociedade de Geografia de Lisboa, uma Conferência (híbrida), promovida pela Secção de Ciências Militares dessa Sociedade sobre a temática dos “650 anos da Aliança Luso-Inglesa e a sua atualidade”

Para além da interessante retrospectiva história, ficou bem patente que, tanto nas celebrações dos 600 anos da Aliança como dos 650 anos, foram as autoridades portuguesas deslocaram-se a Londres para celebrar o evento, em ambos os evento “um Marcelo” (primeiro o Caetano e depois o Rebelo de Sousa). Por sua vez, o Reino Unido enviou a Portugal a patrulha acrobática Red Arrows.

Porém, e muito estranhamente, verifica-se que a Aliança em vigor mais antiga do Mundo (1373 – 2024) não consta do Conceito Estratégico de Defesa Nacional Português. Será que esta Aliança não é para levar a sério?

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