Vemos regularmente nas TV imagens da guerra na Ucrânia, com helicópteros a voarem muito baixo sobre estradas. À primeira vista poder-se-á pensar que é exibicionismo dos pilotos, mostrando as suas habilidades para as câmaras instaladas a bordo. Porém, aquilo que os pilotos estão a fazer é pura camuflagem eletrónica. Estão a voar muito baixo, a velocidades reduzidas (para uma aeronave) e a percorrer o trajeto das rodovias, mascarando-se como uma viatura terrestre e, dessa forma, confundindo os radares a bordo de aeronaves inimigas de aviso antecipado, de modo a serem interpretados como carros a viajarem nessas mesmas estradas.
Na guerra da Bósnia, os pilotos de helicóptero sérvios eram exímios em fazer esse tipo de voo. Os radares NATO a bordo dos aviões AWACS (os Magic) apresentavam ao operador tudo o que tinha retorno, fosse uma elevação no terreno, um carro, um comboio ou um avião. De modo a que os operadores pudessem tomar decisões, eram introduzidos filtros de velocidade, mostrando somente aquilo que interessava. Esses filtros podem eliminar alvos fixos, ou alvos com velocidades reduzidas, para “limpar” o monitor radar de tudo o que não seja uma aeronave. É aí que os helicópteros de ataque se mascaram como carros, voando baixo, sobre as estradas (na esperança que o perfil das mesmas esteja introduzido no vídeo map dos radares) e a velocidades próximas de um carro.

Detalhes dessa história e muitas outras situações idênticas à guerra na Ucrânia, são reportadas no livro “Bósnia 95 – Guerra aérea em manutenção de Paz”.
