No dia 9 de Setembro de 2023, um grupo de 50 pessoas do Núcleo do Seixal da Liga dos Combatentes visitou o Dia de Base Aberta da Base Aérea nº1 (em Sintra) e o Museu do Ar. A visita teve o apoio da Câmara Municipal do Seixal, que providenciou o transporte, e esteve representada em Sintra com o Vice-Presidente da Câmara Municipal do Seixal, assim como representantes das Juntas de Freguesia da Amora e da União de Freguesias Seixal, Arrentela e Aldeia de Paios Pires.
O dia começou cedo, e durante a viagem de Amora para Sintra os visitantes passaaram pelo Estado-Maior da Força Aérea, em Alfragide, onde puderam apreciar o monumento aos aviadores feito com pás dos rotores principais do Alloutte III, e o edifício do EMFA. Pelo caminho, foram recebendo informação Histórica sobre a região onde a Base está implementada e, posteriormente, do surgimento da aviação na Granja do Marquês – o “berço dos aviadores portugueses“.
Devido a coordenações prévias com a Força Aérea, e à excelente colaboração do Comando da BA-1 e da Direção do Museu do Ar, os Combatentes Veteranos tiveram acesso a áreas nem sempre abertas ao grande público. À chegada à Granja do Marquês, o evento iniciou-se por uma visita ao Palácio de Sebastião de Carvalho e Melo – avô do Marquês de Pombal (daí a designação do Local “Granja do Marquês”). Os visitantes puderam apreciar a arquitetura do palácio, o aqueduto mandado construir pelo Marquês de Pombal, os tetos com estuques da época, a sala onde a componente aérea da Revolução do 25 de Abril teve lugar, e a forma como a Força Aérea tem tido o cuidado de manter o edifício em excelente estado de conservação.



Em seguida, os sócios e familiares do Núcleo do Seixal da Liga dos Combatentes visitaram a capela do Palácio, onde está a figura original da Nossa Senhora do Ar, a qual foi entronizada em cerimónia religiosa após Bula Papal que atribuiu o estatuto de Padroeira dos argonautas portugueses. Os visitantes receberam uma explicação sobre a Padroeira da Força Aérea e a forma como a esmagadora maioria dos militares de um Ramo militar absolutamente tecnológico e laico respeitam a figura da Padroeira.


Ato continuo, os visitantes dirigiram-se ao Museu do Ar, tendo sido recebidos pelo Diretor do Museu – Coronel Mouta Raposo.

Dentro do Museu do Ar, considerado um dos 10 melhores museus de temática aeronáutica da Europa, os visitantes puderam ver aeronaves “vintage” e modernas, algumas das quais peças únicas no Mundo. Os veteranos da Guerra do Ultramar reviram com a lágrima ao canto do olho os aviões que os apoiaram nos céus das antigas províncias ultramarinas, e os jovens puderam ver e tocar as máquinas das histórias dos seus avôs.












Fora dos hangares do Museu, os veteranos do Seixal juntaram-se à população de Sintra que visitava a Base Aérea, tendo a oportunidade de verem várias aeronaves a voar aeronaves, e o Comandante da Base Aérea nr. 1 – Coronel João Conde – recebeu o Vice-Presidente da Câmara Municipal do Seixal – Sr. Joaquim Tavares – e interagiu com os Combatentes Veteranos.








Após uma almoço ligeiro, em jeito de piquenique, os veteranos e familiares deslocaram-se à Torre de Controlo da Base onde, para além de uma boa explicação da forma como se faz o controlo do tráfego aéreo, puderam assistir a um ataque simulado de caças F-16 à BA-1.


Houve ainda demonstrações de falcoaria, com a apresentação de várias aves de rapina, uma área pouco conhecida mas essencial na atividade aérea da Base para afastar aves que possam prejudicar as descolagens e aterragens das aeronaves. Também pudemos assistir a demonstrações de técnicas, táticas e procedimentos de segurança militar em combate, as quais incluíram a sempre apreciada intervenção dos cães militares da Polícia Aérea.
Estava superiormente autorizado um voo em C-130 para os sócios do Núcleo do Seixal da Liga dos Combatentes, mas, devido à dramática situação que se viveu na noite anterior em Marrocos, a aeronave cancelou os batismos de voo para ir resgatar cidadãos portugueses que estavam retidos naquele país. Contrariamente ao que se poderia esperar, os candidatos ao batismo de voo em Sintra não ficaram desiludidos, antes pelo contrário, houve palavras de apreço e elogio à Força Aérea por estar “pronta à mínima solicitação” (Ex Mero Motu) em prol de Portugal e dos portugueses, onde quer que fosse.
O programa continuou com um momento muito especial, a simulação de uma missão de resgate aéreo de um combatente português, durante a Guerra do Ultramar em Moçambique. O cenário foi baseado numa história real, onde dois Allouette III escoltados por um T-6 saíram de Vila Cabral para resgatar um grupo de soldados feridos em combate. A simulação, elaborada pelo grupo de aficionados pela simulação de voo militar, conhecidos por “Esquadra 509 -Tigers”, teve o detalhe de apresentar as aeronaves em questão, e respetivos aviónicos, pormenorizadamente construídas digitalmente conforme o eram na época, e as paisagens correspondentes com as coordenadas fornecidas do norte de Moçambique. Os “pilotos” foram dois jovens familiares dos Veteranos do Seixal, que não demoraram muito tempo a aperceber-se que “pilotar uma aeronave tem muito que se lhe diga”! Após a simulação o representante da “Esquadra 509 Tigers” – Sr. Luís Nogueira (à direita na foto) e o Presidente do Núcleo do Seixal da Liga dos Combatentes – Coronel Luís Martins (ao centro na foto) – assinaram o documento que passará a referenciar este apoio, na presença do Vice-Presidente da Câmara Municipal do Seixal – Sr. Joaquim Tavares (à esquerda na foto). Esse documento reflete o estatuto de Sócio Apoiante do Núcleo, conforme os estatutos da Liga, e visa um apoio ao núcleo por parte da “Esquadra 509 – Tiger”
com software e hardware em simulação de voo por computador, nos eventos onde o núcleo esteja presente no futuro.




No final, antes de sair da BA-1, a Direção do Núcleo do Seixal da Liga dos Combatentes entregou à representação de apoio social da região de Sintra mais de 40 quilos em bens alimentares não perecíveis, a fim de apoiar as famílias necessitadas da região. No regresso à margem sul do Tejo, a viatura cedida pela Câmara Municipal do Seixal passou ainda pela Academia da Força Aérea e, já no exterior do complexo militar de Sintra percorreu uma série de localidades em volta da Base, onde foram descobertos vestígios arqueológicos do tempo Neolítico.

