No dia 13 de maio de 2023, o Museu do Ar aliou-se, mais uma vez à Noite Europeia dos Museus e abriu as suas portas gratuitamente entre as 10H00 e as 22H00.
Para além de visitas guiadas, palestras de temáticas aeronáuticas, aulas de yoga, simuladores de voo, música ao vivo, teatro e o reencontro de entusiastas da aviação marcaram o dia.
Quando o sol se punha, o amplo hangar principal do Museu do Ar revibrou com o quarteto de saxofones da Força Aérea. Um saxofone soprano, um saxofone alto, um saxofone tenor e um saxofone barítono tocaram várias músicas conhecidas, cujos arranjos para saxofone foram escritos pelos próprios militares da Banda da Força Aérea. O quarteto explorou as características acústicas das estruturas metálicas que os rodeavam, enchendo a volumetria do espaçoso hangar com uma harmonia de acordes soberbamente interpretados. No final, a audiência correspondeu com um aplauso de pé no final do concerto, abordando os quatro músicos com perguntas sobre perguntas e declarações de apreço.

Entre muitas outras coisas, a Noite dos Museus possibilita aos visitantes terem acesso a uma outra visão das peças, numa perspectiva que não está disponível nos outros 364 dias do ano.

Porém, o momento alto da participação do MUSAR na Noite Europeia dos Museus, foi a peça de teatro “No fundo do mar”, interpretada pela companhia teatral Estação das Letras, que ocorreu entre as 21H00 e as 22H00. Esta iniciativa encheu a Noite do Museu com dezenas de crianças e respetivos pais, para assistirem a um espetáculo caracterizado como sendo “teatro para crianças e não só”. A peça foi inteligentemente desenhada de modo a não haver diálogos dos atores, procurando passar a mensagem às tenras idades da audiência através da expressão corporal, dos sons, da projeção de imagens e dos adereços em palco. Um espetáculo audiovisual imersivo, que transportou as crianças a um oceano mágico, onde múltiplos animais (feitos de materiais reciclados do lixo trazido pelo mar) transmitiram a preocupação ecológica de proteção do fundo do mar, que as crianças entenderam na perfeição. Com o Museu envolto numa fraca luz azul, os sons do fundo mar ecoavam nas paredes do hangar, enquanto medusas e alforrecas eram projetadas a nadar nas fuselagens das aeronaves.






Uma última nota para a dedicação dos atores, uma vez que um deles estava com fortes dores ciáticas, mas nem por isso deixou de atuar e deleitar a criançada, sorrindo por cima das dores que o afligiam. Os miúdos adoram poder tocar no golfinho, no peixe lua, no cavalo marinho, na medusa, no sargo, no tubarão ou na baleia, conforme iam passando à sua frente, sem reparar no suor que escorria pelo rosto dos atores, enquanto estes evoluíam em expressões corporais compatíveis com a características natatórias de cada animal.
Parabéns à Estação das Letras pela qualidade do espetáculo apresentado; parabéns ao Museu do Ar por esta iniciativa disruptiva que, indubitavelmente, foi um sucesso, …, porque um museu não deve de ser uma coleção de peças, mas sim um local de produção de conhecimento, e a Força Aérea tem grandes responsabilidades na proteção da enorme área marítima de Portugal.
Fotos do Sargento-Chefe SAS Jorge Narciso
