No início da Organização das Nações Unidas, houve a necessidade de estabelecer regras e critérios que refletissem o ADN da organização, e a sua simbologia. Em 1947, a resolução 167 (II) da Assembleia Geral da ONU aprovou a cor azul claro (céu limpo sem núvens) para a bandeira das Nações Unidas. Dessa forma, o azul claro passou a representar a ONU.

Porém, a cultura de uniformes militares estava muito presente no pós-Segunda Guerra Mundial e, logo de seguida, ponderou-se a criação de um uniforme para os elementos que estivessem ao serviço da ONU.
Subsequentemente, em 1948, houve a necessidade de enviar para o Médio Oriente um contingente de Observadores Militares da ONU (UNMO), para supervisionarem as tréguas do conflito Israelo-árabe. Esses Observadores Militares trajavam uniformes táticos com aproximadamente o mesmo aspeto, e receberam alguns artigos que refletiam visualmente a sua pertença às Nações Unidas. Na sua apresentação individual os UNMO usavam braçadeiras com a inscrição Nações Unidas (em Inglês) e, em termos coletivos, faziam-se acompanhar de bandeiras da ONU. Também tiveram os seus veículos pintados de branco (cor da paz) com as letras ‘UN’ pintadas em ponto grande, a preto, nas portas laterais e na parte superior dos veículos. Essa pintura muito caracteristica acabou por se tornar prática corrente em todas as posteriores missões de manutenção de paz da ONU.
Em 1956, a ONU estabeleceu a Força de Emergência para a supervisão dos problemas emergentes do conflito no Canal do Suez (UNEF). Esta foi a primeira operação de manutenção da paz da ONU. Tropas de diferentes países usaram os seus uniformes nacionais e adicionaram braçadeiras das Nações Unidas e emblemas bordados da ONU. Para serem melhor identificados à distância, usavam uma boina azul e os seus capacetes foram pintados de azul claro, como a bandeira da ONU. Estas peças levariam a que os militares ao serviço da ONU passassem a ser denominados de “Capacetes Azuis”, tendo sido idealizadas pelo próprio Secretário-Geral da Organização – Hammarskjöld – durante os dias que corresponderam à criação da força UNEF.
Segundo o recentemente falecido Sir Brian Edward Urquhart (escritor e responsável pelo sector de política da ONU durante muitos anos): “O que era necessário era um capacete distinto e fácil de ser reconhecido por um franco-atirador distante. Uma boina azul da ONU parecia ser a resposta, mas era impossível conseguir boinas suficientes a tempo. Porém, havia na Europa imensos capacetes de plástico americanos, em resultado da Guerra Fria. Esses capacetes foram rapidamente disponibilizados e pintados com spray azul ONU, mesmo a tempo para os primeiros destacamentos da UNEF os usarem na sua entrada no Egito “(Urquhart, p. 269).
E assim se originou a marca indelével dos Capacetes Azuis da ONU.
