A paz não é algo que possamos possuir para o nosso próprio benefício. Na verdade, a paz não deve ser retida, mas sim distribuída. Talvez a terminologia da ONU deva seguir a expressão latina de Manutenção da Paz (Peace Maintenance), ou velha expressão de latim “Custodes Pacis” (custódia da paz).

Com exceção de alguns ataques terroristas (tão horríveis quanto isolados) os chamados países ocidentais têm vivido em uma era de ouro de paz e segurança. Os nossos jovens vão para a escola todos os dias sem grandes preocupações com a segurança, seus pais vão trabalhar sem se preocupar com a segurança deles, e todos nós vamos ao supermercado presumindo que as mercadorias de que precisamos estarão lá à nossa espera.
Porém, ao redor de nossas fronteiras, as situações de paz e segurança degradam-se a cada dia. Em muitos territórios, as pessoas são mortas nas ruas por razões mesquinhas, a doença prolifera e não há produtos essenciais nas lojas. Em resultado, hordas de migrantes ilegais tentam entrar nos países ocidentais, fugindo à guerra e à fome; a violência religiosa atinge toda a África, o Médio Oriente e a Ásia, com nuances de se vir a “entornar” para dentro das nossas fronteiras; e o crime organizado usa todas as oportunidades para obter lucros, não exitando recorrer a ações e atividades perversas.
A paz não é algo com que nos devemos de preocupar somente quando as balas começam a voar. Nessa altura será tarde demais para qualquer solução viável. A paz é algo que tem de ser abordado quando surge o primeiro discurso de ódio, quando não há água potável nos canos ou quando a doença aparece e não há vacinas para detê-la.
Devemos deixar de ter uma postura egoísta de estar confortavelmente instalados no nosso cantinho do planeta, e começar a sair por aí, onde surjam os problemas, para promover boas condições de vida e distribuir a paz … e adivinhe … comparado com o dinheiro gasto na reparação dos efeitos nocivos provocados pelas consequências, …, nem sequer é caro; aliás, até pode ser um negócio lucrativo.
A Aliança do Atlântico Norte (OTAN) é provavelmente um dos contribuintes mais fortes para o ambiente pacífico e estável em que a Europa e a América do Norte vivem. No entanto, como qualquer sistema vivo, se a OTAN não evoluir e não se adaptar às novas realidades, tornar-se-á irrelevante e perecerá. No dia 14 de junho de 2021, todos os Chefes de Estado Aliados vão reunir-se, no QG da OTAN, para mais uma Cimeira da Aliança. Uma Cimeira que alguém já chamou de “O encontro das democracias”, onde será discutido um novo Conceito Estratégico da Aliança Atlântica para a próxima década. Vamos ver o que sai sair de Bruxelas.
Esperemos que a ONU, em conjunto com as organizações regionais de defesa e segurança, possa fazer a “pomba da paz” voar sobre os lugares agitados da Terra, sem necessidade de “restringir” a paz a algumas, poucas, zonas do planeta.
#PKDay
