Operação Althea da União Europeia (EUFOR)

No dia 2 de Dezembro de 2004, após negociações em Berlim, a Aliança Atlântica reduziu a sua presença na Bósnia para um contingente mínimo de um Quartel-General dedicado a tarefas de modernização das Forças Armadas da Bósnia Herzegovina, e a União Europeia passou a tomarconta das operações militares através da EUFOR. A operação EUFOR, cujo efectivo multinacional tinha cerca de 7.500 militares, denominou-se ALTHEA, numa alusão à Deusa mitológica que curava as feridas de guerra dos guerreiros Gregos. A missão da EUFOR consistia em passar gradualmente todas as responsabilidades de um Estado soberano da Comunidade Internacional de novo para o Governo da Bósnia Herzegovina, e dar o apoio necessário à Comunidade Internacional que se encontra a operar no Teatro de Operações. Com o tempo, a EUFOR reduziu gradualmente o seu efectivo, mantendo até finais da década de 2010 uma presença de militares e GNRs Portugueses no terreno.

O grosso das forças da Althea estava estacionado no famoso “Camp Butmir”, em Sarajevo, o qual ao longo dos tempos teve uma utilização militar bastante intensa, com particular incidência na Guerra da Bósnia por parte das forças Sérvias.

Camp Butmir – Sarajevo

Durante o primeiro semestre de 2008, cumprindo criteriosamente o calendário estabelecido por Bruxelas, a EUFOR transferiu para as Forças Armadas da Bósnia Herzegovina (BiH) grande parte das funções das funções militares que lhe tinham sido confiadas pela Comunidade Internacional, das quais se realçam a Transferência do Controlo de Movimento de Armas e Material Militar dentro da Bósnia e Herzegovina, a Transferência de Autoridade da Guarda e Supervisão dos Paióis Militares na Bósnia e Herzegovina, a Transferência de Autoridade das Inspecções de Armas e Explosivos na Bósnia e Herzegovina e a Transferência de Autoridade da Gestão do Espectro Electromagnético nas Bandas Militares. Desta forma, a EUFOR aproximou-se do seu próprio “END STATMENT”, restando-lhe pouco mais do que a sua vertente “European Gendarmerie – International Police Unit (IPU)”, onde operava um plotão de militares da GNR.

Desta forma, o conflito da ex-Jugoslávia, e a sua posterior resolução, contou com a presença de militares Portugueses, durante cerca de 20 anos, tendo servido sob as bandeiras das Nações Unidas, da (antiga CEE) Comunidade Europeia, da Aliança Atlântica e, posteriormente, União da União Europeia.

Publicado por Paulo Gonçalves

Retired Colonel from the Portuguese Air Force

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