Prisão perpétua para Mladic – o carniceiro dos Balcãs.

No dia 8 de junho de 2021 o Mecanismo para os Tribunais Penais Internacionais (MTPI) confirmou que o ex-Comandante-em-Chefe do Exército da República Sérvia da Bósnia (VRS) – General Ratko Mladic – será condenado a prisão perpétua por “atrozes crimes de guerra e lesa-humanidade”.

 O veredito do MTPI (em Hague – Países Baixos) colocou um ponto final no processo legal contra aquele que ficou conhecido como “o carniceiro dos Balcãs”, uma vez que a decisão deste órgão judicial — que substituiu o Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia (TPIJ) após o seu encerramento, em 2017 — não é passível de recurso.

Ratko Mladic, atualmente com 79 anos, foi responsabilizado pelo massacre de Srebrenica, em julho de 1995, onde alegadamente as forças do VRS sob seu comando executaram cerca de 8.000 civis muçulmanos bósnios.

É certo que a História é contada pelos vencedores, e os sérvios perderam aquela guerra; porém, independentemente das razões que o General Mladic possa ter tido para atuar como atuou em Srebrenica, um comandante é sempre responsável pela atuação das suas forças e isso valeu-lhe a condenação por quatro crimes de guerra e cinco contra a humanidade. Srebrenica foi considerado o maior banho de sangue na Europa, após a Segunda Guerra Mundial, e as mãos de Mladic estão manjadas com esse sangue.

A guerra transforma as pessoas e enfatiza tudo o que é mau na espécie humana. Mas um oficial de carreira; um Comandante; tem a obrigação de pensar além do alcance dos seus canhões. As suas forças devem-lhe lealdade, mas “ele” tem o dever de tutela para com os seus homens e mulheres em armas. Mladic falhou quando liderou os sérvios de forma autista, sem pensar nas consequências que daí adviriam para os seus.

Publicado por Paulo Gonçalves

Retired Colonel from the Portuguese Air Force

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